01 fevereiro 2013

O cara do ponto de táxi.


Eu o via todas as manhãs ao lado do ponto de táxi.
E todas as manhãs me imaginava ao seu lado, mesmo não o conhecendo. Patético eu sei.
Ele tinha algo que eu não podia simplesmente explicar, não faria o menor sentido.
Aquele ar de mistério que o rondava junto com um ligeiro aroma de tabaco embriagante que me 
nauseava completamente.

Com os olhos incrivelmente verdes sempre voltados para o jornal do dia, algo não muito comum
nos dias de hoje.
Confesso que sentia-me envergonhada já que sempre em minhas mãos estavam meu BlackBerry 
e um enorme copo de café, na muito culto comparado a um jornal ou livro.
E isso era o máximo que eu sabia a respeito dele, tudo muito vago.

E fora assim por meses se tornando quase uma rotina.

Até que um dia pela primeira vez, ele não estava lá.
E a ausência foi se fazendo presente a cada dia mais.

Foi então que minha ficha realmente caiu. Talvez eu não o visse nunca mais e tudo continuaria subentendido.
Ou ele aparecia e então quem sabe finalmente nos falaríamos. Ingenuidade a minha.
Poderíamos até ter algum tipo de relacionamento, mas naquele exato momento a unica certeza que eu
tinha era de que ele já não estava "em minha vida". 


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